O “custo Edinho”, segundo um prócer da CNB

Por Valter Pomar (*)

No dia 7 de junho de 2025 aconteceu em Fortaleza o primeiro debate entre as 8 chapas que disputam o Diretório Nacional do PT.

Quem tiver interesse em assistir a íntegra do debate, deve acessar aqui: https://www.youtube.com/@ptcearaoficial/live

Das 8 chapas, 3 apoiam Edinho Silva; 2 apoiam Rui Falcão; 1 está dividida entre apoiadores de Rui e de Edinho; 1 apoia Romênio Pereira e 1 apoia Valter Pomar.

Detalhe: 7 das 8 chapas fizeram duras críticas, diretas ou indiretas, à situação do Partido. Ou seja: duas das três chapas que apoiam Edinho o fazem por razões outras que não a satisfação com o estado da arte.

Os elogios à situação do Partido ficaram por exclusiva conta da chapa da tendência “Construindo um novo Brasil” (CNB), representada no debate por José Guimarães, deputado federal e líder do governo Lula.

Mas tem um senão: os elogios enfáticos de Guimarães foram limitados ao que ele chamou de “case” do PT do Ceará.

A julgar pelo que disse o deputado, o Partido no Ceará seria um paraíso de democracia, vigor partidário e sucesso eleitoral. A visão de Guimarães foi contestada por outras pessoas presentes ao debate, que além de problemas organizativos e nos governos, criticaram as alianças heterodoxas e inclusive o ingresso no Partido de políticos de direita.

Lembrado que o desempenho eleitoral no PT no Brasil e particularmente no estado de São Paulo é muito ruim, Guimarães retrucou “acusando” o crítico de ser “paulista”. Óbvio que se tratou de um artifício retórico, pois não faz sentido culpar a minoria de esquerda pelas escolhas feitas pelo setor moderado. Mas o que importa mesmo é que Guimarães foi incapaz de falar qualquer coisa que fosse em defesa da CNB nacional e de Edinho Silva.

Infelizmente, o debate oficial terminou nesse momento. Mas of the records ocorreu a seguinte troca de farpas entre um militante da esquerda e um militante da CNB:

Esquerda: “paulista por paulista, vote num que seja de esquerda. Edinho não está à altura da tarefa”.

CNB: “Lula vai pagar caro por isso”.

Esquerda: “se Edinho for eleito, quem pagará caro não será Lula, mas o Partido como um todo”.

Tendo em vista a “patente” da pessoa que precificou o “custo Edinho”, a conclusão é que o desempenho do cavalo do comissário dependerá muito mais do engajamento da “máquina” do que da capacidade política e do carisma do candidato.

O oposto vale para as outras candidaturas. No PT, como nas eleições tradicionais, a esquerda só crescerá se polarizar, colocar o dedo na ferida e apresentar alternativas.

Exatamente por isso temos dito que embora sejam 8 chapas e 4 candidatos, na verdade só existem 2 alternativas: ou manter ou mudar a linha política do governo e do Partido.

Temos 28 dias para fazer a mudança vencer!

(*) Valter Pomar é professor e candidato à presidência nacional do PT

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