Kamala Harris

Por Valter Pomar (*)

Muitas pessoas estão publicando mensagens entusiasmadas acerca de Kamala Harris.

Teve até um ministro de um certo país sul-americano que festejou a renúncia de Biden, ao som do hino gringo.

O que explica tanto entusiasmo?

O fato de ser uma mulher negra disputando? Seguramente isto pesa, numa variante plus das ilusões em Hillary e Obama.

Desconhecimento sobre quem é e sobre o que pensa Kamala? Talvez.

Identificação com a política dos Democratas? É possível.

Viralatice? Sempre tem alguma rondando, infelizmente.

Mas acho que o que explica mesmo o entusiasmo de muita gente é algo mais visceral: o medo.

Há muito medo acerca das decorrências de uma vitória de Trump (inclusive aqui em nosso país).

E, ao menos até ontem, Trump parecia impossível de derrotar.

Agora, depois da renúncia de Biden, parece haver uma chance de Trump ser derrotado.

Se a chance é real ou não, aí é outra discussão.

Mas o medo de Trump é tão grande, que a mera possibilidade de derrotá-lo gera euforia e a euforia gera reações impróprias, digamos assim.

Entretanto, conhecendo os EUA, acho melhor ter prudência.

Derrotar Trump continua sendo difícil.

E na hipótese de Kamala (se for mesmo a indicada) vencer, melhor não vender ilusões.

Ou alguém esquece de quanta besteira se disse acerca do que significaria o governo Biden?

Assim, melhor dominar o medo, pois aconteça o que acontecer nas eleições de novembro nos EUA, o que virá por aí exigirá política acertada, base social e coragem. Muita coragem.

(*) Valter Pomar é professor e membro do diretório nacional do PT

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