Orientação Militante N°419 (03 de abril de 2024)

Boletim interno da Direção Nacional da

tendência petista Articulação de Esquerda

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1/Reunião da executiva nacional da AE

Dia 7 de abril, domingo, acontecerá uma reunião (virtual) da executiva nacional da AE.

2/Proposta de pauta da reunião da executiva nacional da AE

-informes

-conjuntura

-tarefas pendentes

3/Roteiro para discussão de conjuntura

A tática majoritária no Partido vem sendo, até agora, a de concentrar energias na derrota da extrema-direita. Para tentar conseguir este objetivo, a tática majoritária no Partido defende uma aliança com a direita. Há até quem estenda esta aliança a setores do bolsonarismo.

No plano eleitoral, esta tática teve certo êxito na disputa presidencial. Ganhamos por 2 milhões de votos. Há quem diga que só ganhamos graças às alianças. Há quem diga que a diferença foi pequena exatamente devido às alianças, que uma campanha pela esquerda teria tido melhor resultado. Mas não há controvérsias acerca de que fomos derrotados nas eleições estaduais e na eleição para o Congresso.

Frente a esta correlação de forças institucional negativa, a tática majoritária no Partido (mais exatamente, a tática de quem está no governo) tem sido a de fazer concessões ao Congresso e buscar uma aliança com o Supremo. Esta aliança com o Supremo teve como principal resultado, até agora, as investigações e os processos contra os golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Há quem lembre que estas investigações e processos andam lentamente, atingem mais bagrinhos do que graúdos, além de repetir métodos que criticamos na Lava Jato (como é o caso das decisões diretas pelo Supremo, sem respeitar as várias instâncias). Entretanto, o fato é que – antes do carnaval de 2024 – essas investigações bateram na porta da família do Cavernícola e de alguns oficiais graduados das forças armadas.

A reação da extrema-direita a essa pressão foi convocar o ato de 25 de fevereiro de 2024. O ato foi uma demonstração de força, estabeleceu a narrativa da “perseguição judicial” e dois objetivos políticos: ganhar as eleições de 2024 e anistia para Bolsonaro poder concorrer em 2026. Logo em seguida ao ato, saíram as pesquisas que mostram um declínio no apoio popular ao governo federal e a Lula.

Frente a isso, o Partido se dividiu. Uma parte defendeu convocar mobilizações, outra parte defendeu um recuo. Na prática, prevaleceu o recuo. Por um lado, o governo de fato cancelou as atividades oficiais previstas para marcar os 60 anos do golpe de 1964. De outro lado, as manifestações do 23 de março foram uma enorme manifestação de fraqueza. Ao mesmo tempo, ocorreram vários episódios e declarações que demonstram que o governo pode estar reagindo a situação difícil, fazendo uma inflexão à direita. Como cereja no bolo, não se descarta que o judiciário recue; um sinal disto é que até agora não foi decretada a prisão preventiva do Cavernícola, apesar de sua evidente tentativa de fugir da justiça, se abrigando numa embaixada estrangeira.

Como pano de fundo, a situação econômica segue conforme previsto: por conta do arcabouço fiscal, do déficit zero e da politica de juros altos, a política econômica não contribui da forma que deveria e poderia para alterar a situação.

Moral da história: aquilo que começou com uma aliança com a direita tradicional, em nome de derrotar a extrema-direita, pode terminar com uma derrota frente às duas direitas. Se isto efetivamente ocorrer, estaríamos diante de um caso clássico: “marchando separadamente e golpeando separadamente”, as direitas conseguem impor uma derrota à esquerda.

A próxima grande batalha serão as eleições municipais. O resultado das eleições 2024 dependerá em parte das campanhas e, em parte, do cenário geral do país. No que toca as campanhas, o quadro é estruturalmente difícil. Em grande número de cidades, não haverá candidaturas petistas ou de esquerda. E, nas demais cidades, as candidaturas petistas e de esquerda enfrentam uma situação eleitoral difícil. Embora seja matematicamente provável que elejamos mais prefeituras, em 2024, do que elegemos em 2020, isto nem de longe garante que saiamos da eleição com uma vitória política, que acumule forças para 2026.

Em resumo: estamos numa situação de cerco. E nossa grande questão é como romper o cerco. No dia 25 de fevereiro, para romper o cerco, o Cavernícola mobilizou sua base política. Uma parte do Partido acredita que, como estamos no governo, é através da ação do governo que devemos romper o cerco. E essa ação do governo não se faria através de mobilização, mas sim através de administração. Supondo que isso fosse verdade, não sairemos do lugar onde estamos, pois a verdade é que o governo vem recuando e os efeitos da ação do governo não estão produzindo os efeitos que gostaríamos.

Outra parte do Partido acredita que, para romper o cerco, precisamos fazer vários movimentos, entre os quais a mobilização de rua. Entretanto, desde 2013 até agora, temos tido crescentes dificuldades para mobilizar. E o auge disto (ou o fundo do poço) foram as minúsculas mobilizações de 23 de março. É imperioso debater por quais motivos isto ocorre. Assim, convidamos cada militante e cada instância a refletir, no concreto, de maneira crítica, mas também autocrítica, por quais motivos temos fracassado. E fazer isto na perspectiva de incidir positivamente no Primeiro de Maio de 2024 e na Marcha a Brasília convocada também para maio de 2024.

Entre os pontos a refletir, destacamos os seguintes.

1/uma mudança na linha política predominante na esquerda brasileira. Nos anos 1970 e 1980, a mobilização direta ocupava um lugar mais importante do que hoje.

2/uma mudança na linha política de uma parte da direita brasileira. Desde 2013, a extrema-direita passou a valorizar a ocupação direta das ruas.

3/uma perda da capacidade de convocatória de parte das organizações da esquerda. Esta perda de capacidade tem relação direta com a perda de representatividade.

4/uma desaprendizagem acerca de como convocar e realizar manifestações.

5/a incapacidade de definir pautas unitárias que estimulem a mobilização.

6/a postura da direção do PT, do governo e do próprio Lula.

7/a inconsequência de uma parte da esquerda-pró-mobilização. Por exemplo: a imensa maioria dos militantes de esquerda, inclusive daqueles que defendem a importância estratégica da mobilização social, não compareceu nos atos de 23 de março e, pior, não fez absolutamente nada de prático no sentido de que eles acontecessem.

8/a descrença ou falta de motivação de uma parte majoritária da classe trabalhadora, mesmo daquela que vota na esquerda.

9/a falta de vínculo entre o que chamamos de “mobilização de rua” e as questões cotidianas do povo, que poderiam mobilizar o povo em torno de suas necessidades imediatas.

Para além de debater o que está ocorrendo, é preciso discutir o que fazer em relação ao próximo “teste”: o primeiro de maio. Por exemplo:

1/o que está sendo planejado, na sua entidade, na sua categoria, na sua cidade, acerca do primeiro de maio?

2/caso nada tenha sido planejado até agora, que iniciativas vamos tomar nesse sentido?

3/que ações práticas vamos realizar, no sentido de falar com o conjunto da classe, acerca do primeiro de maio (reuniões, panfletagens, anúncios nos meios de comunicação etc.)?

4/quais são os temas que farão parte da convocatória e que vamos enfatizar no trabalho de divulgação?

5/como combinar a convocatória do primeiro de maio, com a campanha eleitoral de 2024?

Pedimos a cada militante e a cada instância que nos faça chegar, até o dia 7 de abril, sua resposta ao que foi dito anteriormente.

4/Revisão de tarefas pendentes

Natália Sena, até abril, elaborar uma primeira versão da do nosso plano para redes sociais e listas de transmissão, para levar ao debate na reunião de comunicadores da AE.

Patrick, encaminhar a resolução do congresso da JAE para a homologação da Dnae.

Wilma dos Reis, até abril, em conjunto com as companheiras da Dnae, elaborar um projeto de resolução atualizando no que couber nossa posição sobre as lutas das mulheres, para a Dnae debater e aprovar.

Natália Sena, até abril, formular uma proposta de regimento da ouvidoria e submeter diretamente à Dnae, no grupo de zap.

Natália Sena, até abril, propor, no grupo de zap da Dnae, nova data para minicurso sobre violência de gênero.

Hilton, em abril, agendar calendário de reuniões virtuais e presenciais com nossas candidaturas.

5/Definir datas das seguintes atividades

-curso sobre violência contra a mulher.

-reunião virtual dos comunicadores da AE, para discutir o conjunto das nossas iniciativas.

-reunião virtual para discutir iniciativas de comunicação nas campanhas e nos estados.

-reunião virtual geral com candidaturas de militantes da AE e calendário de reuniões virtuais e presenciais com as candidaturas das capitais e cidades com grande número de eleitores.

-nova atividade virtual de orientação jurídica sobre as eleições e, também, sobre a Federação.

-reunião, eventualmente virtual, para debater a situação econômica, política industrial e tributária.

6/pauta da revista Esquerda Petista

Reunião de pauta da revista Esquerda Petista no dia 3 de abril.

Conselheiros presentes na primeira reunião: Sonia, Elisa, Pamela, Pedro, Giovane, Petit. Presentes também Valter e Emílio.

Conselheiros presentes na segunda reunião: Sonia, Suelen, Giovane, Pedro, Peti, Valter

Deliberações da reunião anterior:

-revista será impressa

-revista vai para a gráfica logo depois do segundo turno das eleições municipais

-diagramação em outubro

-fechamento editorial em setembro

-textos devem ser entregues até 15/9/2024

-eixo editorial: rumos do PT, do Brasil e do mundo no biênio 2025-2026

Sugestão de pauta:

-o impacto do resultado das eleições 2024 na disputa de rumos pelo Brasil (Valter Pomar)

-a reindustrialização do Brasil: pontos positivos e negativos do que o governo já fez e do que o governo diz que pretende fazer (consultar Jandyra Uehara)

-o tema da ciência e tecnologia (Pedro Pomar)

-o futuro da Petrobrás, tema das empresas: entrevista com Guilherme Estrela (Pedro Pomar)

-análise das COP/transição energética + COP 30 em Belém + COP 30 (Pere Petit mais consultar Arroio)

-o tema da educação (consultar Maria Carlotto e Elisa Guaraná)

-o tema da Defesa e o tratamento que precisa ser dado aos militares no biênio final do governo (convidar João Roberto Martins)

-formação das polícias militares (convidar Letícia Simões)

-o próximo governo dos EUA e o mundo (convidar Jana Silverman)

-mapa da direita mundial (convidar Rodrigo César)

-o PED 2025: para onde vai o PT (convidar 1 dirigente de cada uma das 14 tendências que fazem parte do Diretório Nacional do PT, para escrever pequenos textos, de 1 página)

-a classe trabalhadora vai se mexer? (consultar Jandyra)

-Brasil Paralelo: análise da produtora da direita (Kauã de SM)

-memória: coleção do Lobão (Sonia Fardin)

-memória: arqueologia e documentário da arqueologia do Doi Codi (Sonia Fardin)

(se dermos 4 páginas em média para cada tema, isso daria mais ou menos 56 páginas; e teríamos mais 14 páginas dos textos das tendências, totalizando 70 páginas)

7/agenda

6 de abril, reunião da frente institucional
7 de abril, reunião da executiva nacional da AE.
1 de maio, dia nacional de luta da classe trabalhadora
5 de maio, reunião da executiva nacional da AE
18 e 19 de maio, congresso estadual da AE Bahia
2 de junho, reunião da executiva nacional da AE
7 de julho, reunião da executiva nacional da AE
4 de agosto, reunião da executiva nacional da AE
1 de setembro, reunião da executiva nacional da AE
6 de outubro (não será reunião formal, entraremos em rede para troca de avaliações)
3 de novembro, reunião da executiva nacional da AE
1 de dezembro, reunião da executiva nacional da AE

 

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