Quaquá, até quando?

Por Marcos Jakoby (*)

Na próxima semana, dia 16 de fevereiro, fará um ano que um conjunto de tendências petistas (Articulação de Esquerda, Avante PT, Democracia Socialista, Diálogo e Ação Petista, Esquerda Popular Socialista, Militância Socialista, Resistência Socialista e Socialismo em Construção) assinou uma representação para que o deputado Washington Siqueira, conhecido como Quaquá, vice-presidente do PT, respondesse na Comissão de Ética do diretório nacional do PT por extrapolar “todos os limites ao expressar publicamente posições antagônicas às deliberadas democraticamente pelas instâncias do partido”.

Na oportunidade, Quaquá havia postado em suas redes sociais uma foto sorridente e abraçado ao bolsonarista, e ex-ministro da Saúde do governo da extrema-direita, Eduardo Pazzuelo, acompanhado de uma mensagem cheia de elogios. Depois, postou outra mensagem em que chamava toda a militância petista que o criticou pela postagem de “jumentos”.

A representação das tendências destacava que o deputado petista insultava “a todo brasileiro e brasileira que votou no presidente Lula contra a extrema direita fascista”.

Segundo o artigo 233 do estatuto do nosso Partido, “A comissão de Executiva do nível correspondente decidirá sobre a admissibilidade ou remessa da representação à Comissão de Ética e Disciplina para instauração do respectivo processo, no prazo máximo de 30 (trinta dias)”. Como já dissemos, a representação está por completar um ano daqui a alguns dias, prazo muito superior ao estipulado pelo estatuto e mais do que suficiente para que a Executiva já tivesse pautado o assunto. Portanto, instamos o secretário-geral do PT, Henrique Fontana, para que a representação seja apreciada pela Executiva, com a indicação de instauração do processo disciplinar na Comissão de Ética.

Convém ressaltar que, desde que o pedido de abertura de comissão de ética, Quaquá continuou ultrapassando todos “os limites”.  Ajudou dois parlamentares bolsonaristas a escaparam da cassação de mandato na Câmara dos Deputados (conselho-de-etica-arquiva-cassao-de-nikolas-zambelli-com-ajuda-de-quaqua- ) e saiu em defesa  de um bolsonarista acusado de estar envolvido com o assassinato de Mariele Franco  e com as milícias do Rio de Janeiro (cuidado-para-nao-assassinarem-marielle-novamente ).

Mas não para por aí. Em novembro de 2021, em um debate interno no RJ, Quaquá fez ataques à presidenta Dilma e usou e abusou das ofensas e xingamentos contra um companheiro da direção estadual do PT. Aliás, na oportunidade também foi feita uma representação contra Quaquá (quaqua-ensaiou-ataques-a-dilma- ).  Há diversas outros casos, fáceis de serem comprovados com uma rápida pesquisa na internet, em que Quaquá sai em defesa de alianças com figuras políticas da extrema-direita.

A pergunta que fica: até quando?

Com a palavra, o secretário-geral do Partido e a chapa que o indicou ao diretório nacional do PT.


(*) Marcos Jakoby é professor, militante do PT e editor do site Página 13

 

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